terça-feira, 17 de novembro de 2020

O Teatro das Cordas.

 


Mais uma eleição caiu no colo dos tucanos jordanenses. A terceira consecutiva para ser mais exato.

Uma um pouco mais apertada do que outra, mas nada que realmente chegasse a preocupar.

A primeira foi a mais emblemática, estava escorrendo pelos dedos, mas o adversário baixou a guarda na última hora, acometido pela síndrome do já ganhou... O que abriu terreno para os tucanos avançarem sem resistência conseguindo reverter o quadro na reta final.

A segunda foi um passeio. Todos os concorrentes juntos não fizerem sequer sombra e a reeleição foi ganha com uma campanha só para inglês ver.

A última e derradeira, apesar da sombra fake que pairou na cidade, não tinha como ser perdida, pois da mesma forma que na última a campanha de seu oponente direto já estava alvejada de morte, quanto ao resto da oposição, foi só dar corda para eles mesmos se enforcarem.

A Câmara é um caso à parte, apesar do clima de aparente renovação, nada realmente vai mudar na conduta da casa.

Em meio às comemorações da vitoria a guerra pela presidência da casa já esta declarada e isso pode tirar o foco de alguns novatos, que podem dormir como vereadores eleitos e acordarem como vereadores impugnados, se não estiverem com suas contas em dia. Enquanto os eleitos dormem em berço esplêndido, seus suplentes vigiam seus sonos. Se é que me entendem.

O bicho deve pegar mesmo é na dança das cadeiras do secretariado, apesar da promessa de continuidade, muita coisa deve mudar - se não no início - no decorrer da gestão cabeças vão rolar, e as primeiras serão aquelas nos cargos ocupados pelos narcisistas ineptos que se tornaram desafetos dos herdeiros diretos ou indiretos dos espólios deixados pela atual administração.

Á medida que o grupo que detém o poder dá um show de organização e união e tende a estender seus tentáculos no comando político da cidade pelos próximos 30 ou 40 anos, a oposição se especializa em dar vexames.

Enquanto a oposição na cidade se resumir a meia dúzia de gatos-pingados soberbos, espalhados pelos cantos da cidade, onde passam a maior parte dos quatro anos das gestões tucanas escondidos, esperando que uma oportunidade de tungar o poder caia dos céus em suas cabeças, sem esboçar um mínimo de articulação e sem nenhuma capacidade de fogo, nada vai mudar a médio ou em longo prazo.

Apesar das aparentes mudanças, a verdade é que a Republica dos Menudos ainda domina a cidade, por isso, os meus cumprimentos ainda vão para o atual Presidente da Câmara e para o Querubim de Ribeirão Preto que continuaram a escrever o roteiro do teatro das cordas.


sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Caso Mariana Ferrer - E daí?

 


A polêmica em torno do julgamento de Mariana Ferrer é um clássico caso do Efeito Dunning-Kruguer, ou Síndrome da Superioridade Ilusória.

Esta síndrome é aquele estado em que a pessoa, mesmo não sabendo absolutamente nada a respeito do assunto discutido, se acha mais capacitada para dar opinião que os estudiosos do assunto.

Por isso, não vou entrar no mérito da questão, vou apenas analisar o mérito da informação.

E daí que mulheres como Janaina Paschoal, jurista;

Thaméa Danelon, Procuradora da Republica e...

Gabriela Prioli, advogada criminalista.


Que mesmo sendo de espectros ideológicos muito diferentes entre si, já tenham opinado pela lisura da sentença?

E daí que o Intercept já tenha admitido que o termo “estupro culposo” não existe na sentença do juiz, assumindo que o tal termo foi criado por eles?

E dai que o portal Antagonista provou que o vídeo apresentado na matéria do Interpect foi editado (manipulado) e que o juiz interveio na atuação do advogado de defesa ao contrário do noticiado?

E dai que todos estes esclarecimentos já foram dados se o que realmente interessa é a opinião dos especialistas de rede social, os defensores da moral e dos bons costumes, que acham normal assassinar reputações que não se alinham a sua expertise?

A matéria do Intercept é sem sombra de dúvidas o maior escândalo do jornalismo brasileiro desde a Escola Base.

Um show de mau jornalismo, sensacionalismo barato e de manipulação de provas para abastecer uma narrativa mentirosa.

Uma pena que pessoas que se julgam “espiritualmente iluminadas” e “racionalmente evoluídas” tenham abraçado esta historíola como verdadeira e com tanta virulência.

Fim dos tempos, fim do jornalismo.

Segue a íntegra da sentença